sábado, 14 de julho de 2012

O desmatamento é uma bomba relógio

Débito de extinção devido ao desmatamento. Foto: Oliver Wearn

Dezenas de espécies de animais vão continuar a ser extintas na Amazônia nos próximos anos, mesmo que o desmatamento seja totalmente interrompido. Em um artigo publicado nesta quinta-feira (12 de julho), na edição on-line da revista Science, cientistas britânicos estimam que em áreas do leste e sul da Amazônia o desmatamento ocorrido nos últimos 30 anos já comprometeu localmente a sobrevivência de 38 espécies de animais: 10 mamíferos, 10 aves e 8 anfíbios.
Este espaço de tempo entre a destruição do habitat e os efeitos que provoca no conjunto da fauna que ali vive é chamado pelos cientistas de “débito de extinção”. Os pesquisadores britânicos Oliver Wearn, Daniel Reuman e Robert Ewers traçaram cenários para saber o quanto este débito vai aumentar, ou diminuir, até 2050.
Para o ecólogo brasileiro Thiago Fernando Rangel, da Universidade Federal de Goiás, é melhor saber tomar agora conhecimento deste débito. Isto oferece a chance de reverter a tendência de extinção localizada de espécies.Podemos dar um calote neste débito”, afirma. “Quando sabemos quantas espécies vão desaparecer no futuro, podemos tomar medidas para evitar ou mitigar isso”.
Boas políticas poderiam reverter previsão: esse primeiro trabalho não indica quais, nem quando, serão os animais afetados. Além disso, a pesquisa aponta o desaparecimento localizado de espécies, em uma área limitada, e não em toda a Amazônia.
Para realizar o estudo, os autores partiram do princípio de que quanto maior a área, maior a variedade de espécies encontradas. “O aumento do número de espécies em função do aumento da área é previsível. Os autores inverteram o raciocínio”, conta Rangel. Eles usaram um modelo que avalia a relação entre a redução da área de floresta e o declínio na variedade de espécies.
Em seu artigo, Rangel conclui que em um cenário otimista a tendência do débito de extinção na Amazônia é se estabilizar antes de 2050. Mas este é um cenário que considera obediência às leis ambientais, fiscalização e ações de educação ambiental. Ou seja, se todos os problemas forem resolvidos.
O ecólogo adverte: o momento político é complicado. “Se você considera que existem 22 hidrelétricas de larga escala planejadas para a região, sérias intenções de reduzir as APPs (áreas de proteção permanente) e um Congresso inclinado a mudar e reduzir unidades de conservação, fica difícil continuar a reduzir o desmatamento”. Nesse caso, nosso débito de extinção vai crescer.
- Vandré Fonseca - ((o))eco -

Novidades: reparou no cabeçalho do blog? Tenho páginas com dicas, frases e fotos ecológicas! Fique à vontade para ver e usar!

Bom final de semana!

5 comentários:

liny disse...

Oie tia resumindo..(espero q essa bomba relogio nao exploda) ';( Bjinhux

Zéza disse...

Oi querida! Vim agradecer a sua visita e avisar que já atualizei! Estou esperando sua visita!! Beijos azuis!

... Morgana disse...

Dinda, muito obrigada pela visita ao meu blog! Amo de paixão cada um dos seus cantinhos... são todos muito bons! Beijos cintilantes. Morgana

Ane disse...

Gente,isso é mesmo de dar pena...Infelizmente!O que fazer se os "grandes" continuam com a mesma mentalidade de antes?

Frida disse...

Olá querida! Valiosa essa sua reflexão! É uma grande alegria receber sua visita! Muito obrigada! Acabei de atualizar. Luz e Paz! Frida