sábado, 30 de junho de 2012

A Rio+20 foi um fracasso? Depende de nós.


O esboço da declaração da Rio+20 aprovado pelos negociadores saiu como esperado. É fraco. Foi considerado sem ambição até pelo Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.
Está bem claro que os chefes de Estado coletivamente não vão nos salvar, pois os mecanismos da ONU são muito aquém do necessário para resolver problemas complexos. Ademais, a falta de liderança dos governos é evidente na crise financeira global. Eles não têm conseguido resolver nem aquilo que eles supostamente se interessam mais: a economia tradicional.
Então, a Rio+20 foi um fracasso total?
Talvez não.
Provavelmente o significado das grandes conferências ambientais recentes (como as sobre mudanças climáticas) vai depender muito do que nós, eleitores e consumidores, fizermos daqui para frente. A preparação para as grandes conferências tem envolvido alguns movimentos relevantes.
Primeiro, cientistas, empresários, funcionários públicos e organizações sociais se esforçam para fazer sínteses dos problemas e soluções. Nas conferências, estes resultados são promovidos e debatidos. Segundo, os diversos atores aproveitam as conferências para lançarem iniciativas e compromissos de sustentabilidade.

Alguns exemplos do que presenciei e li nos últimos dias são promissores:
•O prefeito do Rio de Janeiro propôs a isenção de impostos municipais para construções que adotem medidas para reduzir consume de água e energia. A bola está agora com a Câmara de Vereadores;
•O governador do Pará se comprometeu a zerar o desmatamento até 2020;
•Os prefeitos das 59 maiores cidades do mundo (agrupadas na iniciativa C40) se comprometeram a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em cerca de 1,3 bilhão de toneladas até 2030;
•O Banco Central vai disponibilizar para consulta pública duas normas sobre a política de responsabilidade socioambiental e sobre a elaboração e divulgação de relatório de responsabilidade socioambiental por parte das instituições financeiras;
•O Conselho Empresarial da América Latina propôs isentar de impostos as empresas que produzem energia renovável;
•O Conselho do Fórum de Bens de Consumo, que reúne as grandes multinacionais deste setor, anunciou o compromisso de eliminar o desmatamento de sua cadeia de suprimento até 2020. Ou seja, empresas como Unilever, Walmart, Tesco (rede de supermercados britânica) boicotarão soja, óleo de dendê, carne e celulose e seus derivados de áreas que contribuam para o desmatamento.

Esses e outros compromissos são confiáveis e suficientes?
Certamente algumas das promessas fazem parte da maquiagem verde que visa a esconder problemas, mas outras são genuínas. A pressão social e legal tem feito algumas empresas e governantes entenderem que é inaceitável continuar práticas destrutivas. Além do mais, muitas empresas sabem que só será viável crescer aumentando a eficiência. Já consumimos hoje mais do que o planeta pode aguentar.
Enfim, creio que ainda é cedo para fazer o balanço da Rio+20. Se apoiarmos e cobrarmos as mudanças planejadas e prometidas talvez se atinja massa crítica para um desenvolvimento mais sustentável em escala global.

Cada um pode fazer a sua parte, como nos exemplos abaixo:
•Jornalistas poderiam fazer uma lista destes compromissos e sistematicamente cobrir o desempenho das empresas e governos. Em vez de esperar a divulgação de novo recorde de desmatamento para tratar deste tema, a cada semestre algum jornalista pode perguntar ao diretor do Walmart no Brasil como anda a implementação do plano para evitar a compra de gado de áreas desmatadas ilegalmente.
•Estudantes universitários podem comparar a lista de compromissos com os relatórios de responsabilidade social das empresas ou outros indicadores de desempenho relevante de cada compromisso como as emissões de gases do efeito estufa, a taxa de desmatamento, ou o financiamento para economia verde no caso dos bancos.
•Indivíduos e ONGs poderiam lançar campanhas nas redes sociais na internet para parabenizar ou criticar o desempenho dos compromissos.
•Devemos demandar que o Congresso aprove a desoneração da energia renovável.
- Paulo Barreto - de ((o))eco -

E você, o que vai fazer?
Eu, vou continuar de olhos bem abertos, engajada em iniciativas sustentáveis, procurando fazer o melhor pelo nosso Planeta. Afinal, o Planeta Terra é a minha casa e eu quero o melhor para minha casa!

Novidades: reparou no cabeçalho do blog? Tenho páginas com dicas, frases e fotos ecológicas! Fique à vontade para ver e usar!

Bom final de semana!

4 comentários:

Aliny disse...

oie tia..euzinha ja tinha feito o comentario..e meu pc reinciou e nao deu tempo..pc doido..agora nao lembro + o q tinha falado(escrito) vou falar do governo do Para..como q ele pode se comprometer ate 2020?? depois vem outro e diz q nao foi ele...ahhh lembrei as sacolinhas de plasticos voltaram p o supermercado..td mt confuso..temos q ficar atentos neh pq os politicos prometem + o q eles querem msm eh dinheiro..e + dinheiro..o povo tb tem q fazer a parte deles..pq jogam lixos na calçada com uma lixeira q soh falta falar..penso q o povo tem q ser reeducado..colocar guardinhas disfarçados proximos das lixeiras p chamar atenção..multar eu nem doh ideia pq como diz minha mamy trabalho e pago impostos..e a dinheirama dos impostos p donde vai??? p o bolso dos................................ The End...um fds cheinho de alegrias p vc's...Bjinhux

ONG ALERTA disse...

As pessoas sáo muito políticas precisamos de pessoas com atitudes, beijo Lisette.

... Morgana disse...

Olá dinda! Muito obrigada pela visita ao meu blog! Esse seu cantinho é muito bom! Beijos cintilantes. Morgana

Ane disse...

Menina,talvez nem tudo tenha sido fracasso na Rio+20,mas aparentemente foi mesmo um fracasso total.Falta vontade política global pra que as coisas realmente melhorem,muitos não querem deixar de lucrar pra preservar a natureza,então tá difícil,mas não impossível!Beijos ecológicos!